Sua empresa realiza incentivo à cultura, ou se preocupa com os idosos?
Enquanto 64% das empresas utilizam leis federais de incentivo fiscal à cultura, apenas 26% direcionam investimentos para o Fundo Nacional do Idoso. Atualmente, mais de 36 milhões de brasileiros têm mais de 60 anos (oneinchpunch/Thinkstock).
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Publicado em 15 de julho de 2024 às 07h00.
O Investimento Social Privado (ISP) é uma ferramenta poderosa para o comprometimento com uma estratégia ESG focada na responsabilidade social. Ele consiste na destinação de recursos privados para fins públicos.
Por exemplo, uma empresa que deseja investir em causas sociais por meio de ISPs pode direcionar parte de seus impostos para leis de incentivos fiscais.
Segundo Michelle Queiroz Coelho, professora associada da Fundação Dom Cabral e coordenadora do FDC Longevidade, as empresas brasileiras poderiam abater 100% do imposto de renda investindo em leis de incentivo fiscais federais, como o Fundo Nacional do Idoso.
Este fundo, em particular, necessita de maior atenção. De acordo com o estudo “Investimentos Sociais Privados e a Longevidade” da FDC, apenas 26% das empresas investem em projetos que promovem o bem-estar e a qualidade de vida de pessoas com mais de 60 anos.
Idosos precisam de mais atenção da iniciativa privada
Dados do Censo GIFE de 2022 mostram que as empresas brasileiras investiram cerca de R$ 4,8 bilhões através de ISPs. No entanto, apenas 10% desse montante foi direcionado para leis de incentivo fiscal e, dessa parcela, menos de um terço foi destinado a projetos como o Fundo Nacional do Idoso.
O levantamento revela que, seja em nível federal, estadual ou municipal, o foco das leis de incentivo fiscal utilizadas pelas empresas está no setor da cultura e no público jovem.
Oportunidade para ação de impacto social
Atualmente, mais de 36 milhões de brasileiros têm mais de 60 anos e, até 2050, o Brasil será o sexto país mais velho do mundo, conforme o IBGE. Existem oportunidades de investimento direto e por meio de leis de incentivo fiscal que poderiam beneficiar a população idosa, mas que ainda são desconhecidas pelas empresas.
Dentro das estratégias ESG, o investimento em projetos voltados para a população 60+ representa uma oportunidade para impacto social genuíno.
“Por um lado, as empresas que investem no social melhoram a imagem de sua marca, atraem os melhores talentos e mantêm relacionamentos mais profundos com seus clientes. Por outro lado, elas criam vantagens competitivas sólidas, reduzem seus riscos reputacionais e garantem a sustentabilidade de seus negócios a longo prazo”, conclui Ana Carolina de Almeida, vice-presidente de educação social na FDC.
