Brasileiros podem triplicar eficiência energética

Brasileiros podem triplicar eficiência energética

No Centro Politécnico da Universidade Federal do Paraná (UFPR), em Curitiba, um prédio de três andares agora se destaca não apenas por sua estrutura cinza, mas também por suas placas verdes que discretamente convertem a luz solar em eletricidade, graças a uma nova descoberta científica.

Células solares orgânicas, feitas de plásticos ultrafinos e flexíveis que incorporam carbono, são conhecidas há mais de três décadas por sua capacidade de gerar energia elétrica. Porém, o Grupo de Dispositivos Nanoestruturados da UFPR (Dine) avançou significativamente ao desenvolver uma técnica inovadora para produzir painéis solares orgânicos. Esta técnica pode triplicar a eficiência da conversão da luz solar em eletricidade, um marco que resultou na 100ª patente concedida à universidade pelo Instituto Nacional de Propriedade Industrial (Inpi).

Essa nova abordagem envolve a aplicação de um filme composto por quatro camadas, impressas rapidamente por uma impressora especial, que passa por um tratamento térmico. Esse processo não apenas estabiliza e torna o material mais durável, mas também melhora significativamente sua eficiência energética, segundo os pesquisadores do Dine.

Atualmente em fase laboratorial, essas células solares orgânicas prometem superar duas desvantagens críticas das células tradicionais: a durabilidade e a eficiência. Ao contrário das células inorgânicas à base de silício, que são pesadas e rígidas, as células orgânicas são leves, flexíveis e podem ser aplicadas em qualquer superfície, como janelas, tetos ou até mesmo em objetos pessoais.

“Mais simples, maleáveis e adaptáveis”, descreve Maiara de Jesus Bassi, doutora em física pela UFPR e membro do Dine, em comparação com as alternativas inorgânicas que dependem da extração e processamento intensivos de silício, com um impacto ambiental significativo.

O desenvolvimento dessas células solares orgânicas não só promove uma tecnologia mais sustentável, reduzindo a emissão de gases de efeito estufa durante sua produção, mas também está tornando-se economicamente mais viável. Com um custo aproximadamente 40% menor que os painéis tradicionais, espera-se que essas tecnologias se tornem acessíveis ao público em geral em um futuro próximo.

Caminhões da Pepsico com painéis solares
Desde 2020, o teto das carrocerias de 366 caminhões da Pepsico possui painéis fotovoltaicos orgânicos. Enquanto viajam pelas rodovias, essas placas, que não pesam mais que 5 quilos, geram energia que recarrega as baterias dos veículos Foto: João Silva/Pepsico

Empresas como a Pepsico já adotaram essa tecnologia, integrando-a nos tetos de seus caminhões para gerar energia enquanto viajam, reduzindo as emissões de gases poluentes e aumentando a eficiência operacional.

Esses avanços não apenas posicionam o Brasil como um líder global no desenvolvimento e comercialização de tecnologias fotovoltaicas orgânicas, mas também refletem uma tendência global em direção a fontes de energia mais limpas e sustentáveis.

fonte: https://www.estadao.com.br/sustentabilidade/cientistas-brasileiros-criam-celulas-solares-que-triplicam-eficiencia-energetica/

gule

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